A extensão da linha para o sul foi iniciada, somente em 1955, quando a razão social da empresa foi mudada e se transformou na Paraense Transportes Aéreos. Até 1957, a empresa só transportou carne, em vôos não regulares, mas, com a aquisição de dois Curtiss C-46C Commando, naquele ano, começou a transportar passageiros em vôos regulares rumo ao sul.
Em 1958, foi autorizada a voar para São Paulo, mas, só em 1960, inaugurou a rota. À sua frota original vieram se juntar outros 2 Catalinas (1 ex-Aero Geral e outro comprado na Venezuela) e 17 Curtiss C-46 Commando.
Ocorreu, então, uma série de acidentes: 7 aviões caíram e 1 foi acidentalmente destruído em terra. Dos 5 quadrimotores DC-4 comprados pela Paraense, 3 caíram em dois anos de operação e 1 dos dois DC-3 adquiridos fez um pouso forçado na selva.
A Paraense, apesar de abalada com esses acidentes, entrou, então, na “Era das Turbinas”, adquirindo 6 bimotores turbo hélice Fairchild Hiller FH-227B, comercialmente batizados Hirondelle. Mas, no primeiro ano de uso, alguns tiveram de ser temporariamente desativados, por falta de peças de reposição, e um foi destruído no Aeroporto de Belém, por um veículo. Outro caiu quando fazia a aproximação para pouso, matando todos os 36 tripulantes e passageiros..
Durante os anos 60 ficou conhecida apenas pelo nome PARAENSE e pela pouca segurança a sigla PTA foi popularmente traduzida para: Prepara Tua Alma; Pobre Também Avua; por conta das baixas tarifas e da precariedade de suas operações, constatada após 13 acidentes ocorridos num intervalo de 12 anos.
Em 1967, a Paraense
Em 1967, a Paraense ecebeu 8 Fairchild Hiller FH-227B, que eram os Fokker F-27 (desenvolvido na Holanda como sucessor do Douglas DC-3) fabricados sob licença nos Estados Unidos. As aeronaves FH-227 seriam batizadas de Hirondelle (andorinha em francês) pela empresa do Pará. Por conta de suas qualidades, o F27 se consagrou como um dos turbohélices mais vendidos no mundo.
Esta ilustração vetorial fiz toda manipulada num Inkspace 0.48 (programa gratuito)
Porém, após um ano de uso, algumas aeronaves estavam fora de serviços por falta de peças e com a perda de um, e em 1970, a frota foi reduzida para duas aeronaves. Em 29 de maio de 1970 o governo cancelou a autorização de funcionamento da Paraense, se apropriando dos aviões que ainda restavam, e os repassaram para a Varig.
A versão da Fairchild Hiller possuía fuselagem mais larga, aviões modernos para a época e uma capacidade para até 56 pessoas (4 tripulantes e 52 passageiros). A aeronave acidentada fazia parte de um lote de 5 aeronaves encomendadas pela Paraense Transportes Aéreos. A aeronave receberia o número de construção 556 e seria entregue no mesmo ano à Paraense, onde receberia o prefixo PP-BUF [prefíxo do que foi perdido no acidente na baía do Guajará em Belém].
Acidente - O Vôo 903 decolou na noite de 13 de março do Aeroporto Internacional do Recife, fazendo escalas em Fortaleza, Parnaíba e São Luiz. Por volta das 5h00 da manhã do dia 14 chegaram aos arredores de Belém, enfrentando tempo ruim, com muita chuva e baixa visibilidade. Durante a manobra de proximação para efetuar o pouso na pista 06 do Aeroporto Internacional de Belém (Val de Cans), o piloto não conseguiu visualizar a pista. Às 5h30 min, voando abaixo do teto de segurança por conta da baixa visibilidade e da perda de noção de profundidade, acabou tocando a asa direita nas águas da Baía do Guajará, perdendo o controle e mergulhando na baía pouco tempo depois, cerca de algumas centenas de metros da cabeceira da pista 06.
O acidente matou quase todos os ocupantes, sendo que alguns corpos seriam retirados apenas no dia 30 de março. Entre os mortos estavam os humoristas Luiz Jacinto Silva (conhecido pelo personagem Coronel Ludugero), Irandir Costa e toda a equipe de produção que havia embarcado em São Luiz do Maranhão para desembarcar em Belém onde fariam uma apresentação. Apenas 3 pessoas sobreviveram à queda, sendo que 1 morreria algum tempo depois no hospital.
Após este acidente, a empresa ficou com apenas um Hirondelle, enquanto que outros três estavam em terra por falta de peças e uma aeronave se encontrava em revisão nos Estados Unidos. Por conta da falta de meios para cumprir sua concessão, além da precariedade de suas operações, a empresa teve sua licença de voo caçada pelo Ministério da Aeronáutica, encerrando suas atividades logo em seguida.
O vôo de um Hirondelle, nos dias de hoje, sobre Macapá (AP). (ficção)
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Bibliografias
- SILVA, Carlos Ari Cesar Germano da; O rastro da bruxa: história da aviação comercial brasileira no século XX através dos seus acidentes; Porto Alegre - Editora EDIPUCRS, 2008, pp 267-268.
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Sites consultados
http://explow.com/C-46
http://www.jrlucariny.com/Site2008/c46come/c46come.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Voo_Paraense_903
http://www.voovirtual.com/t1654-velha-cia
http://www.aviacaobrasil.com.br/wp/empresas_aereas/nacionais_desativadas/Paraense_Transportes_Aereos_Brasil
http://www.catalineiros.com/main/show_article/103
http://www.usmilitariaforum.com/forums/index.php?showtopic=29253&st=0&p=217047&#entry217047
http://www.pc.gc.ca/culture/proj/dpc-pcd/page03_e.asp
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(caso tenha havido algum uso indevido de ilustrações ou textos, favor desculpar-me e consultem-me: dnzfilho22@hotmil.com ou mesmo pelo blog )
Recuperar a história, mesmo que seja ( ctrl C + crtl V ) É super. válido ( neste mundo nada se cria tudo se cópia), nada mais é do que recontar histórias que fizeram parte da nossa vida em um determinado espaço-tempo. Parabéns principalmente pela "ficção", a qual se fez papel de parede do meu computador por vários dias.
ResponderExcluirJ.ORLANDO (96) 81156900 jorlandox@gmail.com
Caro, Sr. Diniz, estou entrando em contato, pois preciso me comunicar com ex funcionarios da antiga paraense transportes aereos, pois meu falecido Pai, morreu clamando por uma idenização, que estava por rebecer desta companhia, onde ele trabalhou.
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