Nascido no Solar dos Carvalhos, era filho de Manuel de Carvalho e Ataíde e D. Teresa Luísa de Mendonça e Melo e irmão de Sebastião José de Carvalho e Melo. Foi oficial de marinha entre 1735 e 1749, participando de várias missões de socorro ao Brasil.
Breve histórico.
Foi governador geral do Estado do Grão-Pará e Maranhão de
1751 a 1759 e secretário de Estado da Marinha e do Ultramar entre 1760 e 1769.
Implementou o desenvolvimento da região Amazônica, entre outras coisas, a
povoação das missões do Cabo do Norte; a defesa da região frente às ameaças dos
franceses e holandeses; a entrega das aldeias do Cabo do Norte aos jesuitas e o
exame e reparo das fortificações, especialmente as da Costa Norte de Macapá.
Assumiu o governo do Estado do Maranhão e Grão-Pará, em 24 de setembro de 1751
governando até 2 de março de 1759, e já em 18 de dezembro organizava uma
expedição a Macapá, sob o comando do sargento-mor João Batista do Livramento,
com instruções ao capitão-mor João Batista de Oliveira para iniciar os
trabalhos preliminares de elevação de Macapá à categoria de vila, instruções,
inclusive, relativa aos contatos que estavam proibidos com os franceses de
Ceyenne. Enviou soldados e colonos da Ilha dos Açores. Foram recepcionados pelo
comandante da guarnição, Manoel Pereira de Abreu e Padre Miguel Angelo de
Morais que estavam em conflito, porque o militar negava-se em atender os pedidos
e solicitações dos sacerdotes, inclusive de alimentação.
Para que, os portugueses se assegurassem e não deixarem que
a região (Vila de São José de Macapá) fosse invadida pelos franceses ou
qualquer outro país que tentasse invadi-la e tomá-la, foi autorizada a
construção, primeiramente de um fortim às proximidades. Mais ou menos, foram
construídos 5 fortes, geralmente por serem destruídos (Forte Português de Camaú
(1658), Forte de Santo Antonio do Macapá (1688), Reduto de Macapá (1738), Forte
do Macapá (1761) e definitivamente substituído pela Fortaleza de São José de
Macapá (1764).
Em 25 de janeiro de 1752, comunica ao rei de Portugal as
providências que foram tomadas com relação aos trabalhos de fortificação de
Macapá. Em 6 de março chega o governador a Macapá e espanta-se com o quadro de
insalubridade do local, um grave problema a ser enfrentado pelos colonos. Uma
epidemia de cólera grassou em Macapá. A notícia chegou a Belém, e em 7 de março
desse mesmo ano, inesperadamente Mendonça Furtado aportou na povoação, trazendo
o único remédio que havia na Capitania e medicamentos, conseguindo controlar a
moléstia
Em 17 de janeiro de 1754, volta ao então povoado de Macapá e
ordena a construção de quartéis e de uma vala para abrigo das canoas expostas à
fúria das águas amazônicas. Em 1º de fevereiro de 1754 escreve ao rei português
pedindo providências para a construção da futura Igreja de São José de Macapá
cuja conclusão se deu em 6 de março de 1761.
Mendonça Furtado, no início de fevereiro de 1758, novamente
aportou em Macapá com numerosa comitiva. Em meio a várias tentativas de “roubo”
de terras, tendo como missão a demarcação fronteiriça da colônia. Veio para
elevar à categoria de Vila.
Estava em missão de marcação de fronteiras da Colônia com as
terras pertencentes à Espanha, na região Amazônica, definida pelo Tratado de
Madri, assinado em 1750. Veio para elevar o povoado à categoria de vila. No dia
2 de fevereiro, começou com as providências criando a Câmara Municipal e
empossando os vereadores Domingos Pereira Cardoso, Feliciano de Souza
Betancourt, Francisco Espíndola de Betancourt, Antonio da Cunha Davel, Thomé
Francisco de Betancourt e Simão Caetano Leivo.
No transcurso de uma solenidade, no dia 4 de fevereiro,
Mendonça Furtado mudou a categoria administrativa do povoado de Macapá,
elevando-o à condição de vila com a denominação de Vila de São José de Macapá.
Em 1º de fevereiro de 1757 aporta pela terceira vez em
Macapá. Nesse mesmo ano dá execução à Pastoral do Bispo, estabelecendo a
liberdade dos índios. Transformou em vila as aldeias missionadas pelos
religiosos, assim como as militares, como aconteceu com Macapá, em 4 de
fevereiro de 1758. Estabeleceu, de acordo com a Provisão de 2 de fevereiro de
1758, por ser o Rio Gurupi – a linha divisória da Provincia Eclesiástica do
Pará, principiando a do Maranhão na margem direita oriental do rio, e da margem
fronteira à do Pará. Em 1766 está em Portugal, como secretário de Estado do
Reino. Como secretário, facilitou o envio das peças de artilharia para a Fortaleza
de São José de Macapá. Faleceu em 15.11.1769, em Lisboa, aos 69 anos.
A primeira rua de Macapá, antes chamada Boulevard de Macapá,
recebe seu nome a partir de 1945, por ato do governador Janary Nunes, como
homenagem.
* Esta ilustração, que fiz, não pretende ser única e nem
final, nem perfeita e nem oficial, por falta de material de referência. Tão
somente didática.
Bibliografia:
Ângela Domingues, "Francisco Xavier de Mendonça Furtado", in Maria Beatriz Nizza da Silva (coord.), "Dicionário de História da Colonização Portuguesa no Brasil", Lisboa, Verbo, 1994, cols.359-362.
http://www.4shared.com/folder/6Top1FlW/Obras_do_Senado_Federal.html
http://www.4shared.com/office/eDuUhuLh/Amapa_a_terra_onde_o_Brasil_co.htm